Como a hipertensão afeta o rim

A nefropatia hipertensiva é uma condição renal crônica que ocorre como resultado da pressão arterial elevada (hipertensão arterial) crônica e não controlada. A hipertensão arterial é uma das principais causas de doença renal crônica em todo o mundo, e a nefropatia hipertensiva é uma das complicações mais comuns e graves dessa condição.

Neste artigo, exploraremos os diferentes aspectos da nefropatia hipertensiva, incluindo sua fisiopatologia, fatores de risco, sintomas, diagnóstico, complicações e opções de tratamento.

O médico especialista em hipertensão e nefropatia hipertensiva é o nefrologista. O Dr Gerard Fajula Sales é nefrologista e médico de pressão alta. Agende sua consulta agora.

Como hipertensão afeta o rim?

A nefropatia hipertensiva é resultado de uma pressão arterial cronicamente elevada. Essa pressão aumentada exerce uma carga excessiva nos pequenos vasos sanguíneos dos rins (chamados de arteríolas). A pressão arterial elevada danifica esses vasos, levando a alterações na estrutura e na função dos glomérulos, que são as unidades de filtração nos rins.

A pressão arterial elevada causa estreitamento (constrição) das arteríolas renais, resultando em diminuição do fluxo sanguíneo renal. Isso leva à ativação de uma série de marcadores hormonais e enzimáticos que regulam a pressão arterial.

A ativação desses marcadores leva à vasoconstrição adicional das arteríolas renais, retenção de sal e água e aumento da produção de substâncias que causa inflamação e fibrose nos rins, como a angiotensina II. Essas alterações contribuem para a progressão da nefropatia hipertensiva.

Quem pode ter nefropatia hipertensiva?

A principal causa da nefropatia hipertensiva é a pressão arterial elevada e cronicamente descontrolada. No entanto, existem outros fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolver essa condição. Esses fatores incluem:

  1. Histórico familiar de nefropatia hipertensiva: Pessoas com parentes próximos que têm nefropatia hipertensiva têm maior risco de desenvolver a condição.
  2. Diabetes: A presença de diabetes mellitus, especialmente quando não está bem controlado, pode aumentar o risco de nefropatia hipertensiva em pacientes hipertensos.
  3. Obesidade: O excesso de peso e a obesidade estão associados a um maior risco de desenvolver hipertensão arterial e, consequentemente, nefropatia hipertensiva.
  4. Tabagismo: Fumar pode aumentar a pressão arterial e danificar os vasos sanguíneos, aumentando o risco de desenvolver nefropatia hipertensiva.

Sintomas de Hipertensão

A nefropatia hipertensiva geralmente não causa sintomas específicos em seus estágios iniciais. No entanto, à medida que a doença progride, podem ocorrer os seguintes sinais e sintomas:

  1. Hipertensão arterial persistente: A hipertensão arterial é o sintoma mais comum e importante da nefropatia hipertensiva. A pressão arterial cronicamente elevada é um fator de risco e uma das principais causas da doença renal crônica.
  2. Proteinúria: A nefropatia hipertensiva pode causar lesões nos glomérulos, levando à presença de proteína na urina (proteinúria). A detecção de proteinúria em exames de urina é um sinal de disfunção renal.
  3. Edema: À medida que a função renal se deteriora, pode ocorrer acúmulo de fluidos no organismo, levando ao inchaço, especialmente nas pernas, tornozelos e pés.
  4. Alterações urinárias: A nefropatia hipertensiva pode levar a mudanças no padrão de micção, como aumento ou diminuição da frequência urinária, bem como urina espumosa devido à presença de proteína.

Como diagnosticar nefropatia hipertensiva

O diagnóstico da nefropatia hipertensiva baseia-se na avaliação clínica, exames de laboratório e exames de imagem. Os seguintes testes podem ser solicitados para confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade da condição:

  1. Exame de urina: A presença de proteinúria persistente é um achado importante na nefropatia hipertensiva. A análise da urina pode mostrar a quantidade de proteína presente e ajudar a avaliar a função renal.
  2. Exames de sangues: Os níveis de creatinina no sangue são medidos para avaliar a função renal. Além disso, outros testes, como ureia, eletrólitos e perfil lipídico, podem ser solicitados para avaliar a saúde geral dos rins e do sistema cardiovascular.
  3. Monitoramento da pressão arterial: A medição regular da pressão arterial é fundamental para o diagnóstico e monitoramento da nefropatia hipertensiva. A pressão arterial deve ser medida em diferentes ocasiões e em diferentes posições para determinar se a hipertensão é persistente e estabelecer metas de tratamento.
  4. Exames de imagem: A ultrassonografia renal é frequentemente o primeiro exame de imagem realizado para avaliar a estrutura e função dos rins. Outros exames, como a tomografia computadorizada (TC) ou a ressonância magnética (RM), podem ser solicitados para obter informações mais detalhadas sobre os rins e a circulação sanguínea renal.

Hipertensão de jaleco branco

No é infrequente os paciente apresentar níveis de hipertensão mais elevados no consultório do que na casa deles. Isso acontece pelo estresse e a ansiedade que muitas vezes uma consulta médica pode causar. Essa ansiedade leva a produção de uma série de hormônios que faz a pressão aumentar.

Para diferenciar essas alterações de uma pressão alta verdadeira é importante a medição domiciliar da pressão arterial. Essa medição pode ser feita pelo próprio paciente, anotando em um papel os níveis pressóricos avaliados em casa, em diferentes momentos do dia.

Um outro exame que pode ajudar é o MAPA (Medição Ambulatorial da Pressão Arterial). Nesse exame é colocado um aparelho de pressão no paciente que fará medições da pressão seriadas durante 24 horas. Após 1 dia de uso, o aparelho é devolvido e todas as medições registradas são avaliadas pelo médico.

Complicações de Pressão alta

A nefropatia hipertensiva é uma condição grave que pode levar a várias complicações se não for controlada adequadamente. Algumas das complicações mais comuns incluem:

  1. Doença renal crônica (DRC): A nefropatia hipertensiva é uma das principais causas de doença renal crônica, levando a uma diminuição progressiva da função renal ao longo do tempo.
  2. Insuficiência renal: À medida que a função renal se deteriora, a insuficiência renal pode se desenvolver, resultando em uma diminuição significativa da capacidade dos rins de filtrar resíduos e regular o equilíbrio de fluidos e eletrólitos no organismo.
  3. Aumento do risco cardiovascular: A nefropatia hipertensiva está associada a um aumento do risco de doenças cardiovasculares, como doenças cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC) e doença arterial periférica.

Opções de Tratamento

O tratamento da nefropatia hipertensiva tem como objetivo controlar a pressão arterial e retardar a progressão da doença renal. As opções de tratamento podem incluir:

  1. Medidas de estilo de vida saudável: A adoção de um estilo de vida saudável é essencial para controlar a pressão arterial e reduzir o risco de complicações. Isso inclui seguir uma dieta balanceada com baixo teor de sódio, praticar atividade física regularmente, evitar o tabagismo e limitar o consumo de álcool.
  2. Medicamentos anti-hipertensivos: Diversos medicamentos anti-hipertensivos estão disponíveis para controlar a pressão arterial. Os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e os bloqueadores dos receptores de angiotensina II (BRA) são frequentemente prescritos para pacientes com nefropatia hipertensiva, pois demonstraram benefícios renais.
  3. Controle glicêmico (se aplicável): Se a nefropatia hipertensiva estiver associada ao diabetes, é importante controlar rigorosamente os níveis de glicose no sangue para reduzir o risco de complicações renais.
  4. Tratamento da doença renal crônica subjacente: Se a nefropatia hipertensiva levar à doença renal crônica avançada, podem ser necessárias medidas adicionais, como terapia de substituição renal, como diálise ou transplante renal.

Conclusão

A nefropatia hipertensiva é uma complicação grave e comum da hipertensão arterial crônica e não controlada. O controle adequado da pressão arterial é fundamental para prevenir ou retardar a progressão da doença renal e reduzir o risco de complicações graves. Além disso, adotar um estilo de vida saudável, monitorar regularmente a função renal e seguir as orientações médicas são essenciais para o manejo eficaz da nefropatia hipertensiva. O tratamento deve ser individualizado e realizado em colaboração com profissionais de saúde, com o objetivo de controlar a pressão arterial e preservar a função renal.

Dr Gerard Fajula Sales

CRM 168698 -SP

Fonte:

Veja tambem:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *