Dr Gerard

A nefrite lúpica é uma complicação renal grave e comum do lúpus eritematoso sistêmico (LES). O Lúpus é uma doença autoimune, rara e crônica, que pode levar, entre outros, a uma perda da função do rim. Ela ocorre quando o sistema imunológico ataca erroneamente os tecidos do próprio organismo, entre eles os rins, levando a sua inflamação.

O tratamento da nefrite lúpica é feito pelo médico especialista, neste caso o nefrologista. O Dr Gerard Fajula Sales é médico especialista, formado em Nefrologia pela Universidade de São Paulo (USP). O Dr. Gerard Fajula é especialista em tratamento de nefrite lúpica.

Dr. Gerard Fajula

Como o lúpus leva a lesão renal?

O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune complexa que pode afetar vários órgãos e tecidos do corpo, incluindo rins, pele, articulações, pulmões e coração. No caso da nefrite lúpica, os rins são os principais alvos da inflamação autoimune.

Os mecanismos patológicos envolvidos na nefrite lúpica são complexos e ainda não estão completamente esclarecidos. No entanto, sabe-se que o LES é caracterizado por uma resposta imunológica anormal, na qual o sistema imunológico produz autoanticorpos que atacam os tecidos saudáveis do corpo.

No caso da nefrite lúpica, os autoanticorpos, como os anticorpos antinucleares (ANA) e os anticorpos anti-DNA de fita dupla (anti-dsDNA), são depositados nos glomérulos renais. Isso desencadeia uma resposta inflamatória, levando à ativação de células imunológicas e à liberação de substâncias inflamatórias.

A inflamação resultante danifica os glomérulos e as estruturas renais adjacentes, levando a uma série de alterações, como fibrose, formação de cicatrizes e disfunção renal progressiva, até o desenvolvimento de insuficiência renal cronica e, eventualmente, necessidade de diálise e transplante renal.

A nefrite lúpica pode ocorrer em qualquer fase do LES, mas geralmente é mais comum nos primeiros anos após o diagnóstico da doença. Estima-se que cerca de 50% dos pacientes com Lúpus desenvolvam nefrite lúpica em algum momento de suas vidas.

nefrite lupica

Quais são os sintomas de Nefrie Lúpica?

Os sintomas da nefrite lúpica podem variar de leves a graves, dependendo do grau de inflamação e dano renal. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:

  • Proteinúria: Presença de proteínas na urina, muitas vezes em quantidades significativas.
  • Hematúria: Presença de sangue na urina, que pode ser visível a olho nu ou detectada por exames de urina.
  • Edema: Inchaço nas pernas, tornozelos e ao redor dos olhos devido à retenção de líquidos.
  • Hipertensão arterial: A pressão arterial elevada é comum na nefrite lúpica e pode ser difícil de controlar.
  • Diminuição da função renal: À medida que a doença progride, a função renal pode diminuir, resultando em uma taxa de filtração glomerular reduzida e aumento dos níveis de creatinina no sangue.
  • Fadiga: Muitos pacientes com nefrite lúpica experimentam fadiga crônica e falta de energia.
urina

Como é feito o diagnóstico de Nefrite Lúpica?

O diagnóstico da nefrite lúpica envolve uma combinação de história clínica detalhada, exames de urina, exames de sangue e exames de imagem. Alguns dos testes e procedimentos comumente utilizados incluem:

  • Exames de urina: A presença de proteinúria e hematúria é um indicador importante da nefrite lúpica. A análise da relação entre a quantidade de proteína e creatinina na urina pode ajudar a avaliar a gravidade da doença.
  • Exames de sangue: Testes como anticorpos antinucleares (ANA), anticorpos anti-DNA de fita dupla (anti-dsDNA) e complemento sérico (C3 e C4) são realizados para identificar marcadores específicos associados ao LES e à nefrite lúpica.
  • Biópsia renal: A biópsia renal é muitas vezes necessária para confirmar o diagnóstico de nefrite lúpica e avaliar a extensão do dano renal. Durante o procedimento, uma pequena amostra de tecido renal é coletada e examinada microscopicamente.
biopsia 1

Tipos de Nefrite Lúpica

A classificação da nefrite lúpica é feita baseada nos achados da biópsia renal. Dependendo do tipo, o tratamento será diferente. Por esse motivo, é importante fazer sempre a biopsia para definir a melhor conduta.

  • Nefrite lúpica tipo 1 e 2: Pode apresentar pequenas alterações na urina porem na biopsia mostra pouca inflamação. Tem um prognóstico melhor
  • Nefrite lúpica tipo 3 e 4: São as vezes chamadas de proliferativas e tem um prognostico piora. Na biopsia são vistas grandes quantidade de células inflamatórias. Evolui com mais frequência e de forma mais rápida para perda de função renal e diálise

Como tratar a nefrite lúpica?

O tratamento da nefrite lúpica visa controlar a inflamação, reduzir os danos renais e prevenir complicações. O plano de tratamento é individualizado e depende da gravidade da doença e das características do paciente. Alguns dos principais componentes do tratamento incluem:

  • Medicações imunossupressoras: Medicamentos como corticosteroides e imunossupressores (por exemplo, ciclofosfamida, micofenolato de mofetila) são frequentemente prescritos para suprimir a resposta inflamatória e reduzir o ataque autoimune aos rins.
  • Controle da pressão arterial: O controle adequado da pressão arterial é fundamental para retardar a progressão da doença renal. Medicamentos anti-hipertensivos, como inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA), são comumente utilizados.
  • Cuidados com a saúde renal: É essencial monitorar regularmente a função renal, a pressão arterial e a presença de proteinúria. Mudanças no estilo de vida, como uma dieta saudável com restrição de sal e acompanhamento médico regular, são fundamentais para o manejo da nefrite lúpica.
nefrologia

Pesquisa e Perspectivas Futuras

A pesquisa contínua está em andamento para melhorar o entendimento dos mecanismos patológicos da nefrite lúpica e desenvolver novas opções terapêuticas. Novos medicamentos imunossupressores e terapias direcionadas estão sendo investigados para reduzir os efeitos colaterais dos tratamentos atuais e melhorar os resultados clínicos.

Além disso, estudos estão focados no desenvolvimento de biomarcadores que possam ajudar

Dr. Gerard Fajula Sales

CRM 168698

Fontes

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